quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Deslizamentos, uma catástrofe natural


Os movimentos de vertente têm sido alvo de estudo. O exemplo do deslizamento da Ilha de Leyte nas Filipinas em 2006 é um dos mais marcantes, ao retirar a vida a 1100 pessoas. Existem outros, como o de Rio de Janeiro em Abril de 2010 (240 vitimas mortais), Uganda em Março de 2010 (54 mortes), entre outros. Também são responsáveis por causar elevados prejuízos materiais, tanto nas infra-estruturas, como na agricultura, onde grande parte das culturas é destruída.


É necessário haver a tomada de consciência da importância do tema para o ordenamento do território e o investimento em sistemas de alerta, de forma a minimizar estas consequências. Neste sentido, a aposta no conhecimento científico também é importante, visto que o risco de deslizamento a nível mundial está atribuído a uma área considerável.
Fig. 1 – Risco de deslizamento a nível mundial. Adaptado de: http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=7783


 
 
Fig. 2 – Representação de forças exercidas num deslizamento. 1 – Tensão tangencial; 2 – Resistência ao corte (coesão, fricção).

 
 
Fig. 3- Deslizamento de rocha.


Fig. 4- Deslizamento de detritos.




Fig. 5- Deslizamento lamacento.






Fig. 6 - Diferentes tipos de deslizamentos rotacionais. A – simples; B – múltiplo; C – sucessivo.



Fig. 8 – Deslizamento a NE da localidade La Conchita (10 de Janeiro de 1995).
Fonte:http://3dparks.wr.usgs.gov

 

Fig. 10 – Reactivação de antigo deslizamento a NE da localidade La Conchita na Califórnia (2005).


PORTUGAL, tem registo de alguns eventos deste tipo de deslizamentos. O caso de Alrota em 2001 foi um dos mais representativos, quando parte da estrada foi destruída (Fig. 11), tornando-a intransitável.

Fig. 11 – Deslizamento na Serra de Alrota (2001). Fonte: Comissão Social da Freguesia de Bucelas.

 
Grande parte da população local foi afectada, pelo desvio obrigatório nas suas deslocações. Foi necessário intervir, através da construção de diques artificiais para drenar a área e gabiões, para que este episódio não se repetisse novamente. Os custos ascenderam aos milhares de euros. O caso da localidade do Casal da Portela, também em 2001, embora não seja um deslizamento com grandes dimensões de área afectada, destruiu uma habitação.

Fig. 13 – Deslizamento na localidade Casal da Portela (2001).
Fonte: Comissão Social da Freguesia de Bucelas.

O deslizamento que ocorreu junto à CREL (Circular Regional Exterior de Lisboa) em 2010 deu-se num terreno composto essencialmente por aterro e entulho. É uma área mal drenada e com material mal compactado, que se instabilizou num deslizamento rotacional, podendo observar-se na Figura 14, um abatimento a montante e levantamento a jusante, formas típicas destes movimentos. O corte desta estrada afectou de forma directa todos os utentes desta via e de forma indirecta, todos os que são perturbados pelo trânsito daqui desviado, além de outros custos associados indirectamente.

Fig. 14 – Deslizamento rotacional junto à CREL em 2010. Fonte: http://dn.sapo.pt/


A intervenções nas vertentes, para a construção de estradas ou outro tipo de infraestrutura, tem originado alguns deslizamentos, como os representados na Figura 19.

Fig. 19 – Deslizamentos translacionais com ruptura planar.
A – Porteau Cove (Canadá) – 2008. Fonte: http://toronto.ctv.ca/
B – Estrada 421 junto ao Rio Shinano (Japão) – 2004. Fonte: http://www.geerassociation.org/

Geralmente estes deslizamentos de rocha estão associados ao contexto montanhoso, onde as vertentes têm declives bastante acentuados.


OS DESLIZAMENTOS SÃO CONSIDERADOS UMA CATÁSTROFE se ocorrer danos materiais, ou causar vítimas. Geralmente, os deslizamentos noticiados são os que causaram elevados prejuízos materiais ou mortes. No entanto, ocorrem vários deslizamentos de pequenas dimensões, que nunca serão conhecidos, mas são um testemunho da dinâmica de vertentes.
A definição de áreas de perigo devido à ocorrência de deslizamentos deve ser feita sempre que haja ameaça potencial das populações e do seu bem-estar, enquanto a classificação de áreas de risco, deve ser feita sempre que haja a probabilidade de ocorrência de deslizamento, ou esteja exposto ao mesmo.
A cartografia dos riscos assume elevada importância no ordenamento do território, por um lado, na restrição ou condicionamento de construção e, por outro, na definição de áreas críticas com risco mais elevado, auxiliando as decisões no planeamento do território e as entidades responsáveis pela prevenção e reacção a acidentes graves e catástrofes naturais, como um deslizamento. É NECESSÁRIO CONSCIENCIALIZAR AS POPULAÇÕES E OS DECISORES, QUE ESTES EVENTOS TÊM CONSEQUÊNCIAS MUITO GRAVES.

Fig. 23 – Habitantes a abandonarem a localidade da Portela (Arcos de Valdevez), depois do movimento de massa, que ocorreu no ano 2000 e destruiu grande parte das habitações.

Fig. 24 – Vítimas de um deslizamento no Rio de Janeiro, ocorrido em Abril de 2010.
Fonte: http://www.jornal.us/


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