É necessário haver a tomada de consciência da
importância do tema para o ordenamento do território e o investimento em
sistemas de alerta, de forma a minimizar estas consequências. Neste sentido, a
aposta no conhecimento científico também é importante, visto que o risco de
deslizamento a nível mundial está atribuído a uma área considerável.
Fig. 2 – Representação de
forças exercidas num deslizamento. 1 – Tensão tangencial; 2 – Resistência ao corte (coesão, fricção).
Fig. 3- Deslizamento de
rocha.
Fig. 4-
Deslizamento de detritos.
Fig. 5- Deslizamento
lamacento.
Fig. 6 - Diferentes tipos de deslizamentos
rotacionais. A – simples; B – múltiplo; C – sucessivo.
Fig. 8 – Deslizamento a NE da localidade La
Conchita (10 de Janeiro de 1995).
Fonte:http://3dparks.wr.usgs.gov
Fig. 10 – Reactivação de antigo deslizamento a
NE da localidade La Conchita na Califórnia (2005).
PORTUGAL, tem registo de alguns eventos deste tipo de
deslizamentos. O caso de Alrota em 2001 foi um dos mais representativos, quando
parte da estrada foi destruída (Fig. 11), tornando-a intransitável.
Fig. 11 – Deslizamento na
Serra de Alrota (2001). Fonte: Comissão Social da Freguesia de
Bucelas.
Grande parte da população local foi afectada,
pelo desvio obrigatório nas suas deslocações. Foi necessário intervir, através
da construção de diques artificiais para drenar a área e gabiões, para que este
episódio não se repetisse novamente. Os custos ascenderam aos milhares de euros.
O caso da localidade do Casal da Portela, também em 2001, embora não seja um
deslizamento com grandes dimensões de área afectada, destruiu uma habitação.
Fig. 13 – Deslizamento na localidade Casal da
Portela (2001).
Fonte: Comissão Social da Freguesia de
Bucelas.
O deslizamento que ocorreu junto à CREL
(Circular Regional Exterior de Lisboa) em 2010 deu-se num terreno composto
essencialmente por aterro e entulho. É uma área mal drenada e com material mal
compactado, que se instabilizou num deslizamento rotacional, podendo observar-se
na Figura 14, um abatimento a montante e levantamento a jusante, formas típicas
destes movimentos. O corte desta estrada afectou de forma directa todos os
utentes desta via e de forma indirecta, todos os que são perturbados pelo
trânsito daqui desviado, além de outros custos associados indirectamente.
A intervenções nas vertentes, para a construção
de estradas ou outro tipo de infraestrutura, tem originado alguns deslizamentos,
como os representados na Figura 19.
Fig. 19 – Deslizamentos translacionais com
ruptura planar.
Geralmente estes deslizamentos de rocha estão
associados ao contexto montanhoso, onde as vertentes têm declives bastante
acentuados.
OS DESLIZAMENTOS SÃO CONSIDERADOS UMA
CATÁSTROFE se ocorrer danos materiais, ou causar vítimas. Geralmente, os
deslizamentos noticiados são os que causaram elevados prejuízos materiais ou
mortes. No entanto, ocorrem vários deslizamentos de pequenas dimensões, que
nunca serão conhecidos, mas são um testemunho da dinâmica de vertentes.
A definição de áreas de perigo devido à
ocorrência de deslizamentos deve ser feita sempre que haja ameaça potencial das
populações e do seu bem-estar, enquanto a classificação de áreas de risco, deve
ser feita sempre que haja a probabilidade de ocorrência de deslizamento, ou
esteja exposto ao mesmo.
A cartografia dos riscos assume elevada
importância no ordenamento do território, por um lado, na restrição ou
condicionamento de construção e, por outro, na definição de áreas críticas com
risco mais elevado, auxiliando as decisões no planeamento do território e as
entidades responsáveis pela prevenção e reacção a acidentes graves e catástrofes
naturais, como um deslizamento. É NECESSÁRIO CONSCIENCIALIZAR AS POPULAÇÕES E OS
DECISORES, QUE ESTES EVENTOS TÊM CONSEQUÊNCIAS MUITO GRAVES.
Fig. 23 – Habitantes a abandonarem a localidade
da Portela (Arcos de Valdevez), depois do movimento de massa, que ocorreu no ano
2000 e destruiu grande parte das habitações.
Fig. 24 – Vítimas de um deslizamento no Rio de
Janeiro, ocorrido em Abril de 2010.
Fonte:
http://www.jornal.us/